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27/09/2023

Baixas concentrações de Vitamina D podem causar lesões esportivas?

Nutrição

A vitamina D é um micronutriente, também considerada um hormônio, com importante função na regulação do metabolismo ósseo. É produzida, de forma endógena, nos tecidos cutâneos, após a exposição solar e, em menor quantidade, através do consumo de alimentos fonte ou suplementação.

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 Existem duas formas de vitamina D: a D2 e a D3. A vitamina D2 é produzida por plantas como, por exemplo, cogumelos expostos a raios UV. Já a vitamina D3 é principalmente sintetizada nos tecidos cutâneos em seres humanos, mas também pode ser adquirida através de alimentos de origem animal como peixes com alto teor de gordura (salmão, cavala e atum), além da gema de ovo e do óleo de peixe.

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Atualmente, sabe-se que a vitamina D desempenha papel em várias funções do corpo humano, entre eles, modulação da inflamação, sistema cardiovascular, funções imunológicas e função muscular esquelética. A deficiência desse micronutriente está associada à hipocalcemia leve, ao hiperparatireoidismo secundário, à osteomalácia, ao raquitismo e à doenças autoimunes, como diabetes mellitus tipo 1, esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, lúpus eritematoso sistêmico e artrite reumatoide.

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 Não existe consenso sobre a concentração sérica ideal de vitamina D, porém alguns estudos apontaram valores de concentração sérica de 25(OH)D, acima de 30 ng/mL, como os mais benéficos para a saúde em geral.

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A redução do risco de quedas e fraturas osteoporóticas, de fêmur e não vertebrais, parece ser beneficiada por concentrações séricas de 25(OH)D, a partir de 30 ng/ml, sugerindo-se concentrações próximas de 36 ng/mL (90 nmol/L) como as mais vantajosas. Os mesmos valores de 25(OH)D parecem beneficiar a força muscular de membros inferiores. sendo que indivíduos com concentrações de 25(OH)D, entre 36 e 40 ng/mL parecem se beneficiar ainda mais.

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Entre atletas, há grande incidência de insuficiência de vitamina D, muitas vezes com concentração inferior a 20ng/ml. A deficiência dessa vitamina pode prejudicar a saúde e a performance desse público, já que a concentração dela influencia a função musculoesquelética, o risco de fraturas e o período de recuperação dessas rupturas, a produção de força, a potência e função imunológica.

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Os níveis reduzidos dessa vitamina são observados principalmente em atletas que praticam modalidades esportivas do tipo indoor. A suplementação dela não deve ser recomendada com o objetivo de melhora na performance, mas deve ser considerada para correção de deficiências e melhora da saúde dos atletas.

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Existem fatores que podem causar diferenças na síntese de vitamina D, como o uso de protetor solar (FPS 30 ou superior), pigmentação da pele, idade, estilo de vida e consumo alimentar. Portanto, o monitoramento da concentração sérica dessa vitamina é de suma importância para a manutenção da saúde.

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Referências:

  • de la Puente Yagüe, M.; Collado Yurrita, L.; Ciudad Cabañas, M.J.; Cuadrado Cenzual, M.A. Role of Vitamin D in Athletes and Their Performance: Current Concepts and New TrendsNutrients 2020, 12, 579.
  • Galvão, Letícia Oba, et al. Considerações atuais sobre a vitamina DBrasília Med 50.4 (2013): 324-332.
  • Harju T, Gray B, Mavroedi A, Farooq A, Reilly JJ. Prevalence and novel risk factors for vitamin D insufficiency in elite athletes: systematic review and meta-analysis. Eur J Nutr. 2022 Dec;61(8):3857-3871.
  • Maeda, Sergio Setsuo, et al. Recomendações da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) para o diagnóstico e tratamento da hipovitaminose DArquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 58 (2014): 411-433.
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