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24/08/2023

Beta-alanina: placebo ou suplemento com comprovação cientifica?

Alimentação, Nutrição

Devido ao grande interesse pela performance esportiva, suplementos com possíveis efeitos ergogênicos, que retardam a fadiga muscular, são cada vez mais estudados.

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Exercícios extenuantes geram fadiga por diversas causas, entre elas, o acúmulo intramuscular de alguns metabólitos, como os íons de hidrogênio, os quais têm como consequência a acidose no músculo, que prejudica a contração muscular.

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A suplementação da beta-alanina, aminoácido produzido em pequenas quantidades no fígado, intestino e nos rins, retarda a fadiga muscular, aumentando a tolerância e a duração do esforço físico em atividades intensas de curta duração.

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A beta-alanina ao se combinar com a L-histidina, outro aminoácido, porém com concentração maior no organismo, leva à formação de um dipeptídeo chamado carnosina, que atua como um tampão intramuscular, mantendo o equilíbrio ácido-base quando há elevada produção de íons de hidrogênio resultante do exercício físico intenso.

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A carnosina age dentro da célula muscular, incorporando os íons de hidrogênio à sua molécula e, dessa forma, prolonga o tempo até a fadiga. Ela está presente nas carnes, porém não pode ser absorvida devido à presença de uma enzima, presente no estômago, que rapidamente dissolve esse dipeptídeo.

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Não há relatos na literatura de comprometimento da saúde com a suplementação de beta-alanina, porém há possíveis efeitos colaterais, tais como erupções cutâneas e/ou parestesia, sendo anulados ao fracionar o consumo do suplemento ao longo do dia.

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As evidências demonstram o papel ergogênico da suplementação de beta-alanina para exercícios de alta intensidade, com dados meta-analíticos demonstrando sua eficácia, particularmente durante o exercício de 30 segundos a 10 minutos de duração, como corridas de curta duração e crossfit.

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As recomendações atuais sugerem a ingestão de 3,2 a 6,4 g/dia de beta-alanina, por 4 a 24 semanas. Sendo assim, é uma suplementação que deve ser utilizada de forma crônica. O uso dessa substância em pré-treinos é associada a um efeito placebo devido à sensação de parestesia.

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Referências:

  • Conceição Rocha, Gilvânia, and Vanessa Batista de Sousa Lima. “Beta-alanina como recurso ergogênico em exercícios físicos de alta intensidade.” Arquivos de Ciências do Esporte 10 (2022): 1-12.
  • Perim, Pedro, et al. “Can the skeletal muscle carnosine response to beta-alanine supplementation be optimized?.” Frontiers in nutrition 6 (2019): 135.
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