Ao pensarmos o desempenho de uma máquina, precisamos entender que seu melhor funcionamento se dará quando todas as partes estiverem trabalhando em perfeita harmonia, uma contribuindo com a outra.
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O mesmo acontece com nosso corpo e, neste sentido, podemos pensar que a parceria entre os aspectos emocionais e físicos, quando em consonância, contribuem fortemente para nosso bem estar e saúde, de forma geral.
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Para começar a falar sobre corrida e bem estar emocional no universo feminino, escolhi fazer o caminho inverso, pois acredito que isso nos ajudará a entender melhor a importância da prática desta modalidade esportiva que tanto amamos.
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Para isso, lhes convido a revisitar alguns aspectos da vida moderna a fim de entendermos como eles nos afetam.
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Violência, pressões vindas de todos os lados, prazos, cobranças externas e internas para sermos isso ou aquilo, responsabilidades, excessos e expectativas fazem com que nós, mulheres, vivamos em constante estado de alerta.
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Em outras palavras, o ritmo e algumas das características da era em que nos encontramos faz com que passemos de forma crônica e, às vezes excessiva, por sensações emocionais e físicas de estresse.
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Este constante estado de emergência faz com que nosso cérebro produza em maior quantidade um hormônio chamado cortisol (lembrem-se dessa palavra!), a fim de preparar nosso corpo para lidar com as situações que ele entende como sendo ameaçadoras.
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Quando em excesso, esse hormônio pode trazer consequências sérias como: déficits na memória e na aprendizagem; diminuição da capacidade de concentração, nos tornando mais propensas a acidentes; enfraquecimento do sistema imunológico; envelhecimento precoce; aumento de distúrbios digestivos e ganho de peso; alteração dos padrões de sono e humor (o que pode te levar a ficar mais irritada, afetando também suas relações sociais e de trabalho); redução do desejo sexual feminino; aumento dos efeitos da TPM, etc.
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Como se não bastasse, este hormônio pode interferir na estrutura e no funcionamento cerebral, interrompendo a comunicação entre as células e/ou estimulando a produção de substâncias que, em excesso, podem ser nocivas.
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Em resumo, nossa qualidade de vida é afetada negativamente em todos âmbitos, trazendo prejuízos biopsicossociais.
(Dependendo da gravidade dos sintomas e dos prejuízos causados pelo estresse é preciso procurar profissionais da área da saúde mental, como psicólogos e psiquiatras, para que um tratamento adequado seja realizado).
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O antídoto:
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Imagine agora um antídoto natural capaz de combater a maior parte dos efeitos negativos do estresse e ainda agir em nosso corpo de forma a prevenir doenças tanto físicas quanto mentais!
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Sim, este antídoto existe e está facilmente acessível: correr! Lembram-se do cortisol? Pois então, ele pode ser controlado, dentre outras coisas, pela realização regular de atividades físicas.
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Vejamos mais detalhes.
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Por ajudar na liberação da serotonina e da endorfina na corrente sanguínea (neurotransmissores responsáveis pela sensação de prazer, felicidade e bem-estar e, consequentemente, pelo alívio do estresse), a corrida, assim como outras atividades físicas, tem sido cada vez mais recomendada por psicólogos e médicos, não só no tratamento de doenças já instauradas, mas também como forma de prevenção e alcance de um nível constante de bem estar.
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A ação da endorfina em nosso organismo é responsável por diminuir estados de ansiedade, reforçar nosso sistema imunológico, diminuir ou extinguir dores, retardar o envelhecimento precoce, etc.
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Já a serotonina ajuda a regular o sono, a pressão arterial, controla o humor, aumenta o desejo sexual, etc. Dessa forma, a corrida também ajuda a dissipar as tensões acumuladas em várias partes do corpo; nos ajuda a dormir melhor, diminuindo o estresse; aumenta nossa capacidade de concentração e memória, dentre outros.
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Além desses benefícios “invisíveis”, a corrida pode fazer com que nossa auto imagem melhore, e não é apenas em função das mudanças estéticas (que são sempre bem vindas) notadas em nosso corpo. É também em função da satisfação advinda da capacidade de se cuidar melhor, da sensação de estar fazendo escolhas mais saudáveis, de poder se colocar como prioridade e de ter o controle sobre suas próprias escolhas.
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Nossa autoestima é afetada positivamente e, uma das consequências de nos sentirmos melhor conosco mesmas, é que passamos a nos relacionar de forma mais saudável com o outro, o que traz benefícios também para os aspectos sociais e profissionais.
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Considerando este aspecto, a corrida também pode ser uma maneira de ampliar nosso convívio social, pois facilita o processo de conhecer mais pessoas e nos permite estabelecer relacionamentos com gente que tem gostos e objetivos parecidos.
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Para nós mulheres, esta prática pode funcionar como um incentivo à sororidade, pois pode estimular o desenvolvimento da empatia, nos levando a encorajar o crescimento e o cuidado umas com as outras.
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E aí? Animou?
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Nos vemos na próxima prova!
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