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31/08/2017

Corrida com Barreiras: complexa combinação de corrida e salto

Curiosidades, Post da Nagai

Corrida com barreiras é uma disciplina que combina a largada com atletas posicionados nos blocos de partida, seguida de corrida com saltos sob barreiras dispostas ao longo da pista nas distâncias de 100 m (apenas feminino), 110 m (masculino), 400 m (ambos gêneros).

As barreiras são feitas de alumínio para serem leves, caindo com contato com atleta, porém sem impedi-lo de continuar a prova. O atleta não é desclassificado se colidir com a barreira, mas o contato adiciona algumas frações de segundos a mais por afetar o equilíbrio do atleta e sua cadência. Porém, a desclassificação ocorre se o atleta propositalmente derrubar a barreira com a mão, por exemplo.

A complexidade dessa disciplina reside em atacar as barreiras, mantendo o centro de gravidade na mesma posição durante toda a prova sem perder velocidade e coordenando movimento de braços com pernas para equilibrar o corpo.

Da largada até a primeira barreira, o atleta precisa rapidamente transitar da posição de largada para a posição de sprint na metade desta distância.

Diante da barreira, uma das pernas impulsiona a fase que o atleta transpõe a barreira com a perna de ataque semi-flexionada. A perna de impulsão assume um ângulo de 90 graus. O braço oposto à perna de ataque guia o atleta para frente e garante o seu equilíbrio.

Por fim a perna de ataque deve rapidamente aterrizar para um rápido retorno ao sprint entre as barreiras ou o sprint final para chegada.

É um esporte que compõem a lista de disciplinas das Olimpíadas de verão, Mundial de Atletismo e diversos encontros da Diamond League, classificado como um evento de curta distância (100, 110 e 400 m).

 

Os 100 e 110 metros com barreiras

 

São modalidades que envolvem saltos sobre 10 barreiras de altura de 106,7cm (masculino) ou 83,8cm (feminino) ao longo de 110m (homens) e 100m (mulheres).

Em 1830, essa modalidade era realizada na Inglaterra com barreiras de madeira numa distância equivalente a 109,7 metros e depois arredondou-se para 110 m. A modalidade entre as mulheres ingressou nas Olimpíadas em 1932 com a distância de 80 m.

Estados Unidos é a nação dominante nos 110 m com barreira, seguido de Cuba e Reino Unido.

Aries Meritt, atleta americano, detém o recorde nesta modalidade com 12,80s e o melhor tempo de 2017 é de Omar McLeod da Jamaica com 12,90s.

 

  Omar McLeod no Mundial de Londres

 

O domínio americano também se estende no feminino, porém Alemanha, Bulgária, Rússia, Suécia, Canadá e Jamaica são países que sempre tem atletas consideradas favoritas.

A atleta Kendra Harrison detém o recorde nos 100m com barreira com um tempo de 12,20s e neste ano fez 12,28s.

Na disputadíssima seletiva americana, Kendra não classificou entre o top 3 para Olimpíadas do Rio 2016, mas logo depois conquistou o recorde mundial e provocou declarando que a delegação dos EUA ia sentir sua falta.

 

Kendra Harrison no Mundial de Londres 2017 

 

Aries Merritt – Recordista mundial e superação

 

Aries Merritt teve seu auge na carreira em 2012 quando se tornou recordista mundial, e no ano seguinte foi diagnosticado com uma rara doença nos rins causada por um vírus que também atingiu a medula óssea.

Conseguiu deixar o hospital em abril de 2014 e novamente em 2015, se submeteu a um transplante devido a complicações. Isso afetou sua preparação e resultou em um quarto lugar nas seletivas americanas, tirando-o da participação nas Olimpíadas no Rio. No Mundial de Londres ficou em quinto lugar, cerca de 0,27 s atrás de Omar McLeod.

Depois de toda esta história de superação, voltar ao esporte de alto nível é realmente um milagre e merece reconhecimento.

 

Aries Merritt em ação.

 

Os 400 metros com barreiras

 

São modalidades que atletas percorrem 10 barreiras com uma altura de 91,4cm (masculino) ou 76,2cm (feminino) numa distância de 400 m.

Em 1860, essa modalidade era realizada na Inglaterra com barreiras de madeira cravadas no chão. A modalidade masculina chegou as Olimpíadas em 1800 e para mulheres, somente em 1984.

Novamente, os americanos dominam também essa modalidade com 18 títulos olímpicos e o feminino, apesar de competir com Rússia e Jamaica, não possui o ouro.

A russa Yuliya Pechenkina é a recordista com 52,34s e a melhor marca desta temporada é da americana Dalilah Muhammad com 52,64 s.

O americano Kevin Young é o recordista com 46,78s e o melhor tempo desta temporada é do britânico Kyron McMaster

 

 

É uma disciplina que exige múltipla habilidade do atleta, além de muito coordenação motora. Tanto é que é muito comum identificar atletas que competem na corrida com barreiras participando também de eventos de 100 a 400m rasos.

Infelizmente no Brasil, o atletismo já tem uma popularidade baixa frente ao futebol ou vôlei e não produz atletas a nível internacional de forma consistente com chances de disputar competições globais nesta disciplina.

 

 

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