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19/02/2014

ANÁLISE DE MARCHA

Lesão

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Nos dias de hoje damos muita importância à marca do tênis com o qual corremos e a suposta correção que ele afirma promover.

A escolha do tênis ideal passa por critérios importantes que devemos levar em conta. Para entendermos melhor, primeiro precisamos identificar quais alterações os pés estão susceptíveis durante a corrida levando em conta que o tornozelo permite uma movimentação tridimensional chamada de pronação e supinação que está presente durante a marcha de qualquer atleta / corredor. O que caracteriza se a pisada é mais pronada ou supinada é se, em um determinado momento da marcha isto ocorre de forma mais ou menos acentuada ou mesmo abrupta.

Porem a avaliação da pisada é um processo mais complexo que uma simples avaliação postural que, na verdade diferencia somente se o pé é cavo ou chato, ou mesmo aquela velha pergunta tão comum entre o vendedores: “Onde seu tênis gasta mais o solado?”.

Para definirmos o tipo de pisada  de um atleta é fundamental uma análise dinâmica da corrida ou da marcha através de recursos tecnológicos que permitem registros e análise das imagens do movimento além de um fisioterapeuta capacitado e experiente nesse tipo de avaliação.

Um estudo feito na Universidade de Aurus, na Suécia, acompanhou durante 1 ano, 927 corredores, com os mais diversos tipos de pisada. Os pesquisadores forneceram o mesmo modelo de tênis (neutro) para todos os corredores e um GPS para analisar a quilometragem percorrida. Este estudo, que foi publicado na Britrish Journal of Sports Medicine, registrou 27% atletas lesionados. Porém não houve diferença significativa entre o tipo de pisada e a lesão adquirida, o fator que os pesquisadores conseguiram associar ao índice de lesão foi a quilometragem percorrida ou volume de treino. Os corredores que percorreram uma distância maior a 500 km durante o ano tiveram um risco maior de lesão.

Os dados obtidos na pesquisa indicam que o tipo de tênis não reduz o risco de lesão e sim a quilometragem percorrida ou volume do treinamento.

Na verdade existe uma supervalorização do tênis de corrida, decorrente de um marketing agressivo das principais marcas quando na verdade o que mais define se você vai ou não se lesionar é o quanto que você corre e não o tênis que você usa.

O que falo para os clientes que me procuram é: Façam a opção por um tênis neutro, que é mais barato que os tênis pronados e supinados, e se houver a necessidade de correção da pronação ou supinaçãoa fabricação de uma palmilha biomecânica é financeiramente mais interessante, mais segura, e com ela conseguimos corrigir aí sim as alterações de pisadas.

Dr. Matheus Mardenn Oliveira

Fisioterapeuta oficial dos corredores da BH RACE

Graduado pela PUC-MG

Especialista em fisioterapia esportiva pela FCMMG

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