Se para você se deslocar diariamente em cima de uma bicicleta é algo sem cabimamento e distante, tudo bem. Peço apenas que na próxima vez que encontrar um ciclista respeite a distância mínima de segurança ao ultrapassa-lo e reconheça que sobre aquela bike se encontra alguém desfrutando de forma sadia do seu direito a mobilidade.

Atualmente em BH temos em torno de 36km de ciclovias ainda não interligadas e pouco respeitada por motoristas e pedestres que culturalmente não reconhece a bicicleta como meio de transporte. Sim, muito antes de qualquer desculpa relacionada a relevo temos como barreira a cultura do automóvel herdada pelas influências norte americanas nas últimas décadas.

Mas de forma lenta o cenário está mudando, e a cada fim de tarde é possível ver ciclistas dividindo espaços em grandes avenidas.

Como usuário da “magrela” defendo com unhas dentes aqueles que se propõe a adotar esse estilo de vida saudável e sustentável, me expressando através da buzina presa ao guidão quando cruzo com um companheiro de batalha.

Confesso que sou privilegiado por possuir ciclovia próxima ao local de trabalho, vestiário para tomar banho e espaço para manter minha bike segura durante o expediente. Mas convido a todos que se sensibilizam com esse tema a ocupar as ciclovias da cidade, mesmo que em uma manhã de domingo, e através dessa experiência tentar entender o que mais cedo ou mais tarde será o futuro.

Em um período onde assistimos o mundo pela janela do carro ou tela de computador, pedalar se tornou um ato que nos faz pertencer ao meio.

O processo é lento e precisa ser baseado na gentileza, mas otimista que sou ainda sonho com o dia em que ter carro será tão demodê quanto fumar um cigarro.