O “Dress code” sempre foi mais complexo no universo feminino do que no masculino. Basta ser convidada em eventos (casamentos, confraternizações de fim de ano) ou simples situações do ambiente corporativo podem trazer dúvidas com relação a comprimento de roupas, caimentos, etc.
No esporte, as atletas profissionais também tem um código de vestimenta, que muitas vezes não tem muita justificativa para tanta rigidez ou apresentam incoerência com o que é funcional para performance da atleta.
Este post foi inspirado numa mudança nas regras pela WTA (Women Tennis Association), em dezembro de 2018, permitindo para temporada seguinte o uso de legging e shorts sem ter que sobrepor estas peças com saias, vestidos e shorts. A atleta que influenciou essa decisão é a maior atleta de tênis de todos os tempos, Serena Williams.
Serena Williams – Uniforme de Wakanda
Em Roland Garros, Serena foi notícia com sua roupa Catsuit, um look inspirado na vestimenta do filme Pantera Negra. O presidente da Federação francesa de Tênis, Bernard Giudicelli, desaprovou se comprometendo a mudar o regulamento para banir esse tipo de roupa (agora os trajes devem ser compartilhados em antecipação com a organização). O dirigente considerou o traje desrespeitoso, ousado demais.
A atleta explicou que o macacão foi desenvolvido pela Nike com um material de alta compressão para prevenir formação de coágulos, ajudar na circulação de sangue. Serena sofreu risco de vida após nascimento da filha Alexia Olympia em 2017, teve embolia pulmonar (coágulo(s) de sangue obstruiu(iram) artérias do pulmão) é apresentou também coágulo no abdômen.
A resposta da WTA veio 3 meses depois, liberando esse tipo de traje como comentado no início do post. No entanto, os Grand Slams (Roland Garros, US Open, Australian Open, Wimbledon) possuem seus próprios regulamentos.
Serena tem noção da responsabilidade como influenciadora e tinha o propósito de mostrar que o retorno ao esporte é sempre possível mesmo após uma recuperação difícil.
Serena Williams & Moda
Bem antes da gravidez, em 2004, Serena Williams já trabalhava com a equipe de designers da Nike inovando com looks como saia de aspecto jeans com pregas, uniformes em neon ou estampa de oncinha, botas coturnos.
No US Open de 2018, a atleta competiu com saia com tutu de balé na cor lavanda e outra opção em preto. O vestido foi uma colaboração da atleta com o designer Virgil Abloh, cuja o objetivo era combinar a elegância do tênis, a feminilidade ao mesmo tempo com o jogo mais agressivo e poderoso de Serena.
Obviamente, os tecidos e caimento foram feitos pensando no aspecto funcional do esporte, manter o corpo fresco nas quentes noites de Nova York.
Florence Griffith Jones (Flo-Jo) – Uniformes assimétricos e unhas enormes
Flo-Jo foi destaque no final da decada de 80 nas provas velocidade (100m) e detém recordes nos 100 e 200m com 10.49s é 21.34m.
Controvérsias à parte a respeito da validade do recorde mundial, vamos destacar o lado pop dessa diva das pistas que usava muitos acessórios (aneis, gargantilha) e um famoso uniforme assimétrico em lycra com legging em uma perna sobre uma peça estampada.
Ela ousou também com macacão com uma touca integrada escondendo todo o cabelo.
As unhas, que lembravam o Zé do Caixão (comprimento aprox. 15 cm), sempre vermelhas ou coloridas com apliques de strass.
Desde o ensino médio, Florence desenhava os seus uniformes e tinha o lema: vestir-se bem para passar boa impressão, passar boa impressão para sentir-se bem, sentir-se bem para correr rápido.
Toda essa ousadia e criatividade dessa atleta certamente inspirou as atletas a criarem seus uniformes e flertarem com a moda.
Uniformes femininos Vôlei de Praia – Do desconforto a inclusão
As regras até 2012 eram nada favoráveis às mulheres que tinham de usar top estilo sutiã junto com tangas que não deveriam superar 6 cm de largura no quadril. Enquanto homens, sempre puderam usar bermudas e regatas confortáveis.
Houve muitas discussões em torno da funcionalidade, conforto é necessidade de tornar os uniformes mais inclusivos e mais respeitosos com as diferenças culturais até a organização permitir uso de tops com ou sem mangas e shorts.
Na Olimpíada do Rio, a imagem abaixo no evento de vôlei de praia Egito vs Alemanha, demonstrou o quanto o esporte pode se flexibilizar.
As mulheres estão cada vez mais explorando e testando a funcionalidade dos uniformes para elevar a performance e atender suas necessidades particulares (seja cultura, religiosa, pós-parto, etc.) dando lhes conforto e segurança.
Além disso, tudo com muito estilo e personalidade!
Fontes
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