Annette Loures poderia ser mais uma destas pessoas que reclamam de dores nas costas e passam muitas horas em frente ao computador. Engenheira, ela não tem como fugir do computador e do tempo gasto em uma atividade sedentária, mas há aproximadamente dez anos, começou a fazer musculação e nunca mais parou. Há três, a corrida também passou a fazer parte do seu dia-a-dia que, atualmente, é bem dinâmico. De segunda a sábado, Annette intercala os treinos de corrida, baseados nas planilhas montadas pelos treinadores da BH Race, com sessões de musculação, que garantem o reforço muscular necessário para que ela percorra cerca de dez quilômetros a cada vez que calça o tênis e vai para a rua correr.

A atleta, que foi uma das primeiras alunas da BH Race sempre gostou de praticar esportes, mas viu na corrida uma forma de mudar alguns valores em sua vida, como a adequação da alimentação e de hábitos mais saudáveis. Sem contar com os novos amigos que encontrou durante treinos e provas. “O pessoal é bem parecido, conheci muita gente e tenho grandes amigos da corrida com quem convivo com frequência”, relata Annette.

Para ela, o ideal é que se corra por prazer e que a prática da corrida esteja aliada à diversão e ao lazer. Annette, porém, vai além e enxerga o treino como uma possibilidade de ter um momento só seu. Casada e mãe de Gabriel, um jovem de 17 anos, ela tem uma rotina de muitas tarefas e se divide entre o trabalho, a família e o esporte com muita organização. Para não faltar aos treinos, escolheu a manhã como o melhor horário. “Corro entre 6h30 e 7h, pois assim nenhum compromisso que possa aparecer durante o dia atrapalha o treino”, explica ela, que só deixa de correr ou de comparecer à musculação por problemas de saúde.

Annette pode ser considerada uma atleta exemplar e colhe os benefícios de sua dedicação diariamente. Desde que começou a correr, a alimentação passou a ser cada vez mais saudável e hoje ela escolhe alimentos naturais em todas as situações. “As coisas passam a te fazer bem e você opta por aquilo. Troquei o suco industrializado pelo suco natural e passei a consumir mais fibras, por exemplo”, conta.

Se hoje ela treina seis vezes por semana, sabe que é porque aprendeu a controlar o ritmo. No início dos treinos, Annette conta que foi com “muita sede ao pote” e acabou com lesões que a deixaram parada por alguns meses. Agora ela corre com mais calma, diminuiu o ritmo que tinha no início e se prepara para provas como a da Linha Verde, com percurso de 21 quilômetros, depois de se curar de mais uma lesão sofrida no ano passado. “Já corri a Linha Verde em 2007 e treinei muito para isso. Durante a preparação, viajei de férias para Cabo Frio e corri diariamente, mesmo debaixo de muita chuva e isso fez toda a diferença no dia da prova”, lembra.

Correr uma maratona é uma meta para ser realizada daqui um bom tempo, mas faz parte dos planos de Annette. Enquanto isso, ela cumpre a rotina de treinos e faz o que gosta, que é viajar e ler. “Recomendo a leitura de Uma Breve História do Mundo, de Geoffrey Blainey, e Comer, Rezar, Amar, de Elizabeth Gilbert”, diz. Tudo feito por prazer, que é o motivo que a torna uma atleta tão dedicada.