Vários atletas quando vem à clínica costumam me questionar sobre a pisada, se devem ou não modificá-la.
Este questionamento dos corredores de rua amadores é muito comum, os artigos de revistas especializadas em corrida e vídeos amplamente divulgados na internet, apontam que a mudança da pisada é determinante para o sucesso na corrida.
Depois de muitos questionamentos, resolvi falar sobre o tema, pois é dúvida de grande parte dos atletas.
Quero deixar claro que vou conceituar “pisada”. O momento em que ocorre o contato inicial do pé do atleta contra o solo.
Há três classificações de pisada, antepé, mediopé e retropé. O contato inicial realizado com o retropé e caracterizada pelo primeiro contato sendo feito com o calcanhar.
As pisadas podem ser colocadas no mesmo grupo, com o contato inicial sendo no meio da parte anterior do pé.
A diferença do gestual esportivo entre os grupos é grande, as adaptações ascendentes que ocorrem na articulação do tornozelo, joelho, quadril e coluna após o primeiro contato com o solo são amplamente divergentes, sendo necessárias capacidades físicas distintas para realizar corretamente cada gesto de corrida.
Mudar a pisada implica no recrutamento de aptidões físicas, muitas vezes o atleta não possui ou não está adaptado para a mudança.
Os riscos de alterar uma pisada é sobrecarregar as articulações ascendentes, com ênfase em joelhos e quadris.
Os dois tipos de pisada tem suas vantagens e desvantagens, que devem ser analisadas, pensando em desempenho e risco lesivo.
A transição tem que ocorrer de forma gradual, minunciosamente planejada com o treinador, sabendo-se dos riscos.
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