A Maratona de Berlim foi para mim uma corrida muito especial, porém algo estava acontecendo de errado desde quando partimos de BH.
Ao chegar em Lisboa nossa conexão atrasou por mais de 2 horas. Isso tiramos de letra…O fuso horário, esse sim, nos pegou de surpresa. Tudo descontrolado. Almoçando na hora em que teríamos de tomar café e muito mais.
No dia de pegar o kit, esqueci o email no hotel, porém não tive dificuldades, pois o evento disponibilizava um guichê para atender os “esquecidos”, algo que nunca acontecera comigo, pois faço isso com muito prazer, programação e satisfação.
Na feira, dei um jeito de esquecer o número de peito em um balcão, que por sorte o encontrei do mesmo jeito que havia deixado. Azar e sorte no mesmo ato.
No dia da maratona estava muito tranquilo e sentindo totalmente preparado para fazer uma excelente prova, apesar do frio que me fez bater queixo o tempo todo. Larguei na última baia e mesmo assim não peguei congestionamento, pois a organização tratou para que isso não acontecesse. Fui pegar congestionamento do pessoal que insiste em largar numa baia de tempo que não realizam…Fazer o que?
Durante a prova, em dado momento, lembrei do seu conselho de curtir os pontos turísticos da cidade. Só lembrei, pois não me lembro de nada que tenha visto durante todo o percurso, a não ser os 42 km tomados de lado a lado de pessoas, bandas e grupos musicais nos incentivando e animando a todo momento e gritando “rúliôôôô, Júliôôô ou Juliuuuuu. Procurei concentrar-me durante todo o percurso e tentando colocar em prática um pouco do que li no livro Semente da Vitória de Nuno Cobra.
No km 16 as coisas começaram a parecer que se complicariam para mim, meu número de peito rasgou, o que aconteceria por mais duas vezes. Acho que de tanto vento. Tive que parar para recolocá-lo no lugar e com isso perdi cerca de 30 segundos e depois algo começou a me assustar e muito, quase como prenúncio dos problemas que havia tido de esquecimento, perda do número de peito na feira e fuso horário, atraso na conexão do voo. Comecei a ter problemas estomacais, e já estava de olho em um local para dar uma escapada do percurso e “aliviar” a situação e a cada gel que tomava as coisas pioravam. Então, parei de tomar o gel e tive que terminar os 42 km com aquela sensação de que a qualquer momento a situação ficaria incontrolável e graças a Deus, levei isso até o fim.
A temida câimbra foi aparecer na panturrilha direita no km 33 e com apenas 10 segundos resolvi o problema alongando.
Daí em diante foi só administrar e no fim de tudo isso, consegui terminar minha segunda maratona em 3h30m, 5 minutos abaixo em relação ao Rio e sem maiores complicações, a não ser o frio de lascar que ipatinguense não está acostumado a sentir.
Agora é continuar treinando, pois em 2014 pretendo fazer no mínimo 3 maratonas. (Porto Alegre/Rio/Buenos Aires).
JULIO CASTRO – Atleta BH RACE desde 2010
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